Em entrevista à revista Veja, o ex-presidente da República, afastado do cargo há quase 30 anos e atual senador por Alagoas, Fernando Collor de Melo (Partido Trabalhista Cristão), afirmou que um dos mais graves erros do seu governo foi ter menosprezado a necessidade de formar uma base sólida no Congresso, que lhe garantisse apoio e ajudasse a preservar seu mandato, interrompido em 1992, menos de três anos após ter chegado ao poder.
Collor faz um paralelo da sua gestão com a de Jair Bolsonaro (sem partido). Para ele, além de o atual presidente também ter sido eleito discursando contra o sistema, ainda incorre no mesmo erro.
“Se não houver uma mudança rápida e forte. Se Bolsonaro não construir maioria no Congresso, não haverá possibilidade de seu governo chegar até o final. Ao presidente não falta somente apoio político, mas solidariedade a sua figura pessoal”, disse o senador.
Ele aconselha a ter cuidado com a evolução do caso Fabrício Queiroz, nega que a história seja parecida com a que envolveu o seu ex-tesoureiro Paulo César Farias e recomenda cautela com as manifestações de rua.
“A mesma mão que aplaude apedreja”, alerta.
Cada dia mais atuante no Twitter, onde afirma responder pessoalmente aos internautas, Collor falou sobre essa interação na plataforma, que também pode ser dura, por exemplo quando é perguntado se prefere sexo à cocaína, se havia magia negra na Casa da Dinda, ou se ainda tem “aquilo roxo”.
“Quando aceitamos integrar esse mundo digital, temos de aceitar as regras do jogo. E a regra é não ter regras. Se quero interagir, tenho de oferecer uma resposta, debater. No Twitter, já esclareci que nunca consumi cocaína e que as histórias de magia negra eram fake news”, resumiu.
Fonte: Bahia.Ba
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