Os registros de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti registram queda em todo o país em comparação com o ano passado. Na Bahia, os índices de redução vão de cerca de 60% a 85% em relação à Dengue, Zika e Chikungunya.
Os casos de Dengue na Bahia apresentaram redução de 64,4% entre janeiro e o dia 15 de maio em comparação com o mesmo período do ano passado. Enquanto nos primeiros meses de 2020 o estado registrou 45.273 casos prováveis, este ano o número é, até o momento, de 16.278 ocorrências. Mas essa redução pode não estar relacionada a uma redução real nas infecções. Autoridades de saúde trabalham com a possibilidade da pandemia da Covid-19 colocar uma espécie de cortina de fumaça no problema das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
A Bahia acompanha a tendência nacional. De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), no país a redução dos casos de dengue no Brasil entre janeiro e abril foi de 62,1% em comparação com 2020. A pasta destaca que, até o momento, o Brasil não enfrenta uma epidemia de dengue, pois os casos estão dentro do esperado para o período. O MS contabiliza 279.743 casos.
O ministério destaca que desde o início da pandemia da Covid-19, tem observado uma redução dos registros de casos prováveis e óbitos de dengue. Duas possíveis causas são apontadas pela pasta: a de ser consequência do receio da população em procurar atendimento em uma unidade de saúde; ou a possibilidade de haver subnotificação ou atraso nas notificações das arboviroses, associadas a mobilização das equipes de vigilância e assistência para o enfrentamento da crise sanitária.
Na Bahia, 248 municípios dos 417 do estado notificaram casos suspeitos de dengue. De acordo com dados do boletim da Secretaria da Saúde do estado (Sesab), desse total 63 cidades apresentaram incidência maior ou igual a 100 casos a cada 100 mil habitantes; 26 municípios apresentaram maior ou igual que 300 casos/100 mil habitantes; 13 apresentaram situação epidêmica para dengue, quando analisadas as últimas quatro Semanas Epidemiológicas (SE). Ao considerar incidência por 100 mil habitantes, as cidades baianas com os maiores índices são Barreiras, Muquém do São Francisco, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães e Várzea Nova.
Em relação a mortes confirmadas por dengue, a Bahia teve apenas um registro, na cidade de Luís Eduardo Magalhães, na região Oeste do estado. Em todo o país o Ministério da Saúde contabilizou até abril 72 óbitos pela doença e 33 ocorrências estão sob investigação.
⇒Zika:
Outra doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a Zika teve a maior redução de casos ao comparar os dados registrados na Bahia no ano passado com as notificações recebidas pela Sesab até 15 de maio. Foram informados 397 casos prováveis de Zika no estado, o que representa um coeficiente de incidência de 2,7 casos por 100 mil habitantes. No mesmo período de 2020, foram notificados 2.342 ocorrências, o que representa uma redução de 83%.
Apesar da redução ser um dado positivo, ao observar os indicadores nacionais a Bahia se destaca negativamente. A incidência no estado está acima dos 0,7 casos por 100 mil habitantes registrados no país. Além disso, o estado concentra 27,5% de todos os casos notificados no Brasil neste ano. O ministério contabiliza até agora 1.442 ocorrências, dado que representa uma diminuição de 50,5% em comparação com 2020. São 61 os municípios que registraram casos na Bahia. Os maiores coeficientes de incidência da Zika são de Rio do Pires, Dário Meira, Nova Canaã, Macaúbas e Luís Eduardo Magalhães. Até o momento, não foram confirmados óbitos para Zika na Bahia e no Brasil, destacam a Sesab e o Ministério da Saúde.
⇒Chikingunya:
A redução em relação aos casos de Chikungunya foi semelhante à dengue. Entre janeiro e a primeira quinzena de maio de 2021 a Sesab recebeu 5.965 notificações, o que representa uma redução de 65,74% já que no ano passado haviam sido 17.413 casos neste período. A Bahia está acima da taxa de redução nacional, que foi de 22,6% menos casos de Chikungunya notificados em comparação com 2020. Ainda assim, o estado concentra 23,1% dos registros do país.
No total 140 municípios realizaram notificação para Chikungunya, sendo que 31 apresentaram incidência maior ou igual a 100 casos por 100 mil habitantes; e 16 municípios apresentaram maior ou igual a 300 casos/100 mil habitantes. Assim como a Zika, não foram confirmadas mortes por Chikungunya na Bahia neste ano. Em todo o país foram confirmados quatro óbitos nos estados de São Paulo (2), Espírito Santo (1) e Minas Gerais (1). Um óbito permanece em investigação.
Por Jade Coelho / Bahia Notícias.
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