Demissões, afastamentos e protesto: a caminhada do Bahia até o rebaixamento

Como diziam os mais velhos, “não foi por falta de aviso”. Rebaixado na quinta-feira, dia 09 de dezembro de 2021, para a Segunda Divisão, após derrota por 2 a 1 para o Fortaleza, o Bahia escreveu um triste capítulo de sua história em uma temporada que até começou com título, mas foi marcada por uma série de problemas e tentativas de correção de rumo que não foram suficientes para evitar a queda.

O melhor momento do Bahia na temporada foi o título da Copa do Nordeste sobre o Ceará, em pleno Castelão, em maio (2021). Mas foi um momento raro em uma temporada que teve crise em campo e fora dele. O ge pontua os principais problemas.

Campanha irregular e troca-troca de técnico:

O Tricolor começou a Série A com Dado Cavalcanti como treinador e teve um bom início, com três vitórias nos seis primeiros jogos. Mas a queda de rendimento ao longo da competição culminou, em agosto, na saída de Dado. Àquela altura, o time estava em uma sequência com cinco derrotas e um empate.

A chegada de Diego Dabove, aposta estrangeira após mais de 40 anos, foi um fracasso imediato no Bahia. O treinador argentino comandou a equipe em apenas seis jogos e foi demitido com 28% de aproveitamento. Ao longo da Série A, com Dado Cavalcanti, Dabove e Bruno Lopes (foi interino por um jogo), o Tricolor chegou a ter uma série de sete derrotas e um empate.

Substituto de Dabove, Guto Ferreira, conseguiu chacoalhar o elenco e teve resultado nos primeiros sete jogos: invencibilidade com três vitórias e quatro empates e apenas um gol sofrido. O problema é que, nas sete partidas seguintes, a equipe perdeu fôlego, voltou a cair de rendimento e teve aproveitamento de 29% nos últimos oito jogos.

Logo que chegou ao Bahia, Guto Ferreira promoveu grandes mudanças na utilização do elenco. E uma delas foi o afastamento de atletas que não vinham rendendo: Matheus Galdezani, Thonny Anderson, Óscar Ruiz e Pablo. Em entrevista ao Segue o BAba, o treinador disse que não tinha “tempo para recuperar os jogadores”.


“Dentro da situação, procuramos olhar para o que o clube tem e, entre um jogador do clube e de fora que estão próximos, quem deu resposta melhor quando foi utilizado? O do clube. Então, prioridade do clube. Não tenho necessidade de tantos jogadores experientes.”


Protesto por salários atrasados:

Com a queda na receita provocada pela pandemia do coronavírus, o Bahia atrasou o pagamento de salários de jogadores e funcionários do clube. Diante dessa situação, em setembro, os atletas decidiram, em forma de protesto, não concentrar e conceder entrevistas. A situação foi contornada ao longo da campanha, e o meia Daniel garantiu que o grupo estava unido para evitar o rebaixamento.


“A única coisa que posso falar para o torcedor é que o clima aqui dentro do Bahia é só um, é todo mundo unido”, garantiu Daniel à época.


Erros cruciais nos dois lados do campo:

Os problemas do Bahia se multiplicaram ao longo da campanha e envolveram o sistema ofensivo e o defensivo. Na defesa, gols de bola aérea nas costas dos defensores, erros na saída de bola e pênaltis bobos custaram resultados. Os problemas fizeram a equipe chegar a ter a pior defesa da competição, situação que também enfrentou em 2020.

No ataque, a situação não foi muito melhor, apesar da boa campanha de Gilberto, que chegou a disputar a artilharia da Série A. O Tricolor emendou sequências de jogos sem balançar as redes; a maior, de quatro partidas. A equipe também desperdiçou chances em momentos cruciais, a exemplo do contra-ataque puxado por Nino contra o Atlético-GO.

Prejuízos com arbitragem:

O Bahia errou, mas também foi prejudicado. Em três jogos seguidos, o Tricolor viu a arbitragem tomar decisões equivocadas e reconhecidas pela Ouvidoria da CBF. As falhas aconteceram na vitória sobre o São Paulo, no empate com o Juventude e derrota para o Flamengo.

Contra o Flamengo, o erro tomou grandes proporções, e Leonardo Gaciba foi demitido da presidência da Comissão de Arbitragem da CBF.

Falhas contra rivais diretos:

O Bahia também foi incompetente nos confrontos diante de rivais diretos na luta contra o rebaixamento. Entre os resultados mais frustrantes, o Tricolor perdeu um jogo para o Grêmio, empatou duas vezes com o Cuiabá e perdeu as duas contra o Atlético-GO e Sport.

Somente contra a lanterna Chapecoense o Bahia venceu os dois jogos. Contra o Juventude, venceu uma e empatou outra.

Foto: Kely Pereira/AGIF

Por Ruan Melo — Salvador


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