Em um comunicado oficial curto, o empresário russo Roman Abramovich anunciou que está entregando o comando do Chelsea. A atitude do bilionário vem após muita pressão da opinião pública britânica sobre sua relação próxima a Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Apesar disso, na nota, Abramovich não cita questão alguma envolvendo a guerra entre russos e ucranianos para sua bombástica decisão. O governo britânico tinha anunciado na quinta-feira, dia 24 de fevereiro de 2022, sanções contra empresários russos após o início da invasão à Ucrânia.
“Durante meus quase 20 anos de posse do Chelsea FC, sempre considerei meu papel como guardião do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, bem como construir para o futuro, ao mesmo tempo desempenhando um papel positivo em nossas comunidades. Sempre tomei decisões com o melhor interesse do clube no coração. Continuo comprometido com esses valores. É por isso que hoje estou dando aos curadores da Fundação de caridade do Chelsea a administração e os cuidados do Chelsea FC. Acredito que atualmente eles estão na melhor posição para cuidar dos interesses do Clube, jogadores, funcionários e torcedores”, diz a nota publicada no site oficial do Chelsea.
Roman Abramovich assumiu o controle do Chelsea em 2003 e investiu mais de 2 bilhões de libras em quase 20 anos. O time inglês é o atual campeão da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes. Sua fortuna é estimada em 8,4 bilhões de libras.
O deputado Chris Bryant, do Partido Trabalhista do Reino Unido, revelou na quinta-feira (24) documentos de 2019 do governo britânico que ligavam Abramovich ao governo de Vladimir Putin. O membro do Parlamento pediu na Câmara dos Comuns que o empresário fosse removido do clube inglês, como parte das sanções contra a Rússia pela invasão à Ucrânia.
O parlamentar britânico disse que o bilionário Abramovich já admitiu em processos judiciais que pagou por influência política, e que teria vínculos com o Estado russo e associação com atividades e práticas corruptas. Ele seria um dos 35 oligarcas identificados pela oposição na Rússia como do círculo de apoio de Putin.
Um dia antes do pedido do parlamentar, o jornal “The Sun” publicou uma matéria informando que Roman Abramovich estaria impedido de morar no Reino Unido, com funcionários da Imigração britânica com instruções para garantir que ele não conseguisse o visto necessário. Essa reportagem motivou a manifestação do parlamentar Chris Bryant.
O bilionário russo retirou um pedido de visto para o Reino Unido em 2018. No mesmo ano, ele adquiriu cidadania israelense, que lhe permite permanecer na Grã-Bretanha por até seis meses. Ele foi visto em Londres em outubro do ano passado. O primeiro-ministro Boris Johnson declarou que Abramovich não foi alvo de medidas direcionadas.
Por Redação do ge — Londres
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