Estações do Metrô e CPTM têm plataformas e vagões lotados de passageiros em dia de greve de ônibus em SP; veja fotos

As estações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) tiveram plataformas e vagões lotados de passageiros nesta terça-feira, dia 14 de junho de 2022, em São Paulo.

Segundo usuários ouvidos pelo g1, além de falhas técnicas recorrentes, a greve dos motoristas e cobradores de ônibus agravou os problemas. Sem o outro tipo de transporte público para se locomover, muitas pessoas recorreram àqueles que passam por trilhos.

Por meio de notas, Metrô e a CPTM alegaram que os problemas relatados por passageiros ocorreram por falhas técnicas. Os órgãos não relacionaram as aglomerações de passageiros em suas estações à greve dos ônibus na capital.



“Normalmente não é essa fila. É por causa da greve que tá essa muvuca. Entro 11h no trabalho. Hoje saí às 8h de casa, normalmente saio as 9h20, 9h30, mas vi que ia ter greve e saí mais cedo”, disse o estudante Gabriel Tavares, de 19 anos, enquanto aguardava, aglomerado com outras pessoas, sua vez de entrar num dos vagões do Metrô Sé, no Centro.



Passageiros enfrentam plataformas lotadas na estação Sé, na região central de São Paulo. Além dos reflexos da greve de motoristas de ônibus, os trens também foram afetados por falhas nas linhas Azul e Verde do Metrô — Foto: Celso Tavares/g1

A plataforma da estação com destino ao Jabaquara, na Zona Sul, estava completamente lotada por volta das 9 horas, conforme registrou o g1.



“Normalmente pego ônibus e Metrô. Hoje, por sorte, tinham alguns ônibus passando onde moro e conseguiu chegar à Sé”, falou Gabriel.



A operadora de máquina Gessyca Aparecida Veloso, de 32 anos, chegou a gravar um vídeo para mostrar um trem parado por 20 minutos, segundo ela, na Estação São Miguel Paulista, na Zona Leste. As imagens mostram passageiros aglomerados esperando sua vez para entrar nos vagões.



“Pego trem todos os dias para trabalhar. Não uso ônibus, mas a greve dos motoristas e cobradores pode ter agravado o problema. Segundo os funcionários da estação, havia um atraso com a composição, mas não informaram o motivo. Hoje foi demais: 20 minutos de atraso. Cheguei por volta das 6h45 e só consegui embarcar às 7h05”, disse Gessyca.



Cartaz na Estação de Metrô Anhangabaú informa que o Terminal Bandeira, ao lado, está fechado devido à greve dos motoristas e cobradores de ônibus — Foto: Celso Tavares/g1
Lotação na estação Sé, linha 1-Azul, na manhã desta terça (14) — Foto: Celso Tavares/g1

O que dizem Metrô e CPTM:

Por meio de nota, o Metrô informou que:



“A circulação dos trens nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô já está normalizada. Na manhã desta terça-feira (14), os trens da Linha 1-Azul circularam com restrição de velocidade e maior intervalo em função de uma falha em equipamento de via ocorrida na região da estação Jabaquara. O Metrô fez controle de entrada dos passageiros nas estações da Linha 1-Azul e impôs restrição de velocidade aos trens da Linha 3-Vermelha, que se integra com a Linha 1-Azul na estação Sé, medidas estratégicas para dar maior segurança aos passageiros na área de plataforma e fluidez no embarque e desembarque dos trens.”



Também por nota, a CPTM informou que:



“Por volta das 07h00 desta terça-feira (14/06) um trem que circulava na Linha 12-Safira da CPTM em direção à Estação Brás apresentou uma falha de portas na Estação São Miguel Paulista. Os passageiros desembarcaram da composição, que foi encaminhada para manutenção, e seguiram viagem em outro trem que parou na plataforma oposta para completar o percurso. A CPTM está atuando para normalizar a linha e pede desculpas aos passageiros pelos transtornos.”



A greve:

Os motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo entraram em greve nesta terça (14/06) após rejeitarem a proposta de reajuste salarial oferecida pelas empresas do setor.

Por conta da paralisação, a Prefeitura de SP decidiu suspender o rodízio municipal de veículos. A CET liberou, no período da manhã, a circulação de carros nas faixas e corredores de ônibus. Durante a madrugada, 46 linhas do noturno, do total de 150, operaram.

Em nota, a SPTrans afirmou que o sindicato não cumpriu com a determinação da Justiça, de manutenção de 80% da frota no horário de pico, e que irá cobrar a autuação de R$ 50 mil de multa diária.

Garagem da Viação Gatusa na manhã desta terça-feira (14) — Foto: Reprodução/TV Globo

Resumo:

  • Paralisação deve durar 24h;
  • Sindicato pede reajuste de 12,47% a partir de maio; empresas querem pagar a partir de outubro
  • 15 empresas de ônibus estão com operação paralisadas e 12 operam
  • Rodízio de veículos foi suspenso

Relação de empresas com a operação paralisada em suas garagens:

  • Santa Brígida (Zona Norte);
  • Gato Preto (Zona Norte);
  • Sambaíba (Zona Norte);
  • Express (Zona Leste);
  • Viação Metrópole (Zona Leste);
  • Ambiental (Zona Leste);
  • Via Sudeste (Zona Sudeste);
  • Campo Belo (Zona Sul);
  • Viação Grajaú (Zona Sul);
  • Gatusa (Zona Sul);
  • KBPX (Zona Sul);
  • MobiBrasil (Zona Sul);
  • Viação Metrópole (Zona Sul);
  • Transppass (Zona Oeste);
  • Gato Preto (Zona Oeste).
Garagem de ônibus com todos os veículos estacionados por conta da greve — Foto: Reprodução/TV Globo

Relação das empresas operando normalmente – Grupo Local de Distribuição:

  • Norte Buss (Zona Norte)
  • Spencer (Zona Norte)
  • Transunião (Zona Leste)
  • UPBUS (Zona Leste)
  • Pêssego (Zona Leste)
  • Allibus (Zona Leste)
  • Transunião (Zona Sudeste)
  • MoveBuss (Zona Leste)
  • A2 Transportes (Zona Sul)
  • Transwolff (Zona Sul)
  • Transcap (Zona Oeste)
  • Alfa Rodobus (Zona Oeste)

Tratativas

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas) rejeitou a proposta do sindicato patronal, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), de aumento de 12,47% a partir de outubro.

A categoria reivindica que o aumento seja retroativo a partir de maio, e também pede que o mesmo reajuste seja aplicado ao vale-refeição e à Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A decisão pela greve ocorreu após audiência de conciliação entre o sindicato dos motoristas e o sindicato patronal, realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na tarde da segunda-feira (13), acabar sem acordo.

De acordo com o TRT, o sindicato precisa cumprir uma decisão liminar que determina a operação de 80% da frota de ônibus nos horários de pico, que vão das 6h às 9h e das 16h às 19h, e pelo menos 60% nos demais horários. Em caso de descumprimento, haverá multa diária de R$ 50 mil. O julgamento do dissídio da greve deve ocorrer em reunião mediada pelo TRT nesta quarta-feira (15), às 15h.

O serviço de ônibus metropolitano gerenciado pela EMTU na Grande São Paulo tem operação normal nesta terça-feira (14).

Por g1 SP São Paulo



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