Justiça determina afastamento de cinco policiais militares envolvidos em operação que matou sargento na Bahia

O grupo estava no local a trabalho. Alberto e Adeilton fariam a segurança do então candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União Brasil), que tinha agenda de campanha em Coaraci, município vizinho, no dia seguinte. A PM informou que os disparos não tiveram motivação política.

A Polícia Militar também informou que os agentes que atiraram nos colegas realizavam uma operação para a prisão de um investigado por tráfico de drogas. A corporação não deu detalhes sobre o caso, nem sobre as circunstâncias em que os agentes foram atingidos.

De acordo com a Justiça, os PMs respondem pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e mais. Confira:

  • Quatro PMs respondem pelos crimes de homicídio duplamente qualificado;
  • Cinco PMs respondem por tentativa de homicídio duplamente qualificado;
  • Quatro PMs respondem por violação de domicílio e constrangimento ilegal.

Ainda de acordo com a Justiça, uma audiência de instrução, para ouvir testemunhas, vai acontecer em julho.

Relembre o caso

O sargento da Polícia Militar Adeilton D’Almeida, um dos baleados durante uma ação, contou que as vítimas dormiam quando tiveram o quarto invadido por colegas da corporação. [Veja no vídeo acima]



“Acordei com os barulhos de tiro, fui alvejado duas vezes, eu não sei se caí no chão ou se me joguei. Aí os policiais entraram, quebraram a janela e a porta e eu falava gritando o tempo todo: ‘eu sou polícia’. Ainda assim me alvejaram mais três vezes”, disse.



O relato do sargento contradiz a versão da Polícia Militar, que afirmou que uma equipe da corporação foi até a pousada, após receber a informação de que um suspeito de assalto a bancos estava no local.

No vídeo, que viralizou nas redes sociais, D’Almeida conta que, baleado, chegou a avisar que também era policial e pediu ajuda, mas não foi atendido. Ele relatou ainda que um dos policiais disse que ia matá-lo.

De acordo com o sargento, ele foi conduzido ao hospital cerca de uma hora depois de ser baleado. Ele também falou que os policiais usaram sua arma para simular uma troca de tiros dentro do quarto.



“Fizeram vários disparos com a minha arma dentro do quarto. Eles mesmos dispararam lá e depois me trouxeram para o hospital. Sequer me ajudaram a sair da viatura, eu com o braço com fratura exposta pendurado e eles não me ajudaram”, disse.



Por g1 Bahia

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