Reunidos em Salvador, dirigentes de defesa agropecuária do país definiram estratégias de combate à peste suína clássica.

Representantes da defesa agropecuária de todo o país estão estiveram reunidos em Salvador para definir estratégias de combate à Peste Suína Clássica (PSC). O encontro, realizado na quinta-feira, dia 31 de outubro de 2019, na sede da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), em Ondina, ocorre após um foco de a doença ter sido diagnosticado em Alagoas e já debelado.


O diretor-geral da ADAB, Maurício Barcelar, fala sobre a atuação histórica do estado baiano.

“A Bahia é uma garantia para que todo o país continue exportando produtos de origem suína. Nós fazemos a proteção da zona que não é livre com a zona livre. Os estados do nordeste ainda não têm o status de zona livre da peste suína. Nós aqui atuamos com barreiras. Com o surgimento de focos nos estados do Piauí, Alagoas e Ceará, a Bahia tomou à dianteira. Temos trabalhado com nossos técnicos em uma incansável fiscalização em mais de 1.300 quilômetros de fronteiras, e em mais de 9 mil propriedades, para que este vírus não entre no nosso estado e não contamine outras regiões, colocando em risco as exportações de todo o país”.


Para o presidente do Instituto Mineiro de Agropecuária, Thales Fernandes, a Bahia vem cumprindo muito bem a tarefa.

“Os estados de Minas Gerais e Bahia têm barreiras limítrofes, e nós temos um trabalho em parceria e em conjunto. Nossa preocupação neste momento é com o avanço da peste suína clássica, que pode chegar à zona livre”.


Segundo ele, a proposta da reunião, juntando todos os gestores da defesa Agropecuária do Brasil, é desenvolver estratégias para conter a doença.

“Cada estado tem as barreiras nas divisas, mas isso não é o suficiente. É preciso conscientizar o setor produtivo porque a gente sabe que existem rotas de fuga onde os caminhões podem passar. Os suínos criados livremente também podem dificultar o controle desses animais. Então nós vamos aqui montar uma estratégia para envolver todo o setor no combate a essa doença”, explicou.


Segundo o presidente do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Mário Louzada, a Bahia tem sido muito atuante na prevenção e no combate das doenças animais.

“Isso nos tranquiliza muito, nós sabemos que a Bahia tem um papel fundamental na proteção do território nacional e vai desempenhar bem o seu papel, como sempre fez. Nós temos focos hoje da peste suína clássica no Piauí, no Ceará e em Alagoas, que estão muito próximo ao Rio São Francisco, na fronteira com a Bahia. A Bahia tem sido uma resistência, então nós nos unimos com o resto do país através da Adabd e da Fonesa, para tomar ações efetivas e conseguir combater a peste suína”.


De acordo com a especialista e consultora em saúde animal, Massaio Minzuno, existem duas zonas em relação à peste suína, uma é a não livre, que envolve estados do norte e nordeste, e outra livre, que estão abaixo desse limite.

“Este é um momento bastante importante, pois alguns focos foram identificados e isso nos alertou sobre a necessidade de intensificar as ações nas fronteiras. Então essa reunião é muito importante para nós unirmos forças, olharmos para o passado e identificarmos, na história, o que precisamos fazer no futuro”.


A doença:

O estado de Santa Catarina, maior produtor de carne suína do país, está em alerta para impedir a entrada do vírus da Peste Suína Clássica (PSC). A doença, de notificação obrigatória no Brasil, acomete somente suínos, não sendo transmitida ao ser humano ou outras espécies. A PSC teve dois novos focos confirmados neste mês, agora em Alagoas, o que pode colocar em risco a agroindústria de Santa Catarina, responsável por 57,7% das exportações brasileiras de carne suína, segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).

A Contaminação:

A contaminação de um suíno pela PSC se dá por ingestão de alimento ou água contaminada, incluindo inalação de gotículas contaminadas de outros suínos próximos, e até mesmo por inseminação artificial.


“A doença tem um período de incubação que varia de quatro a dez dias e tem sintomas semelhantes a outras enfermidades, como febre acima de 40,5ºC, tendência de os suínos ficarem amontoados, apatia, conjuntivite, falta de apetite, cianose nas extremidades e hemorragia na pele. Por isso é fundamental chamar um médico veterinário para se fazer a confirmação do vírus em laboratório”, recomenda o pesquisador da Embrapa.


FONTE: SECOM/GOVBA

Fotos: Elói Corrêa/GOVBA

Compartilhar:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*