O secretário de Educação Superior do MEC (Ministério da Educação), Arnaldo Lima Junior, pediu demissão na quinta-feira, dia 30 de janeiro de 2020. Ele alegou motivos pessoais para deixar o cargo. Lima Junior apresentou o pedido de demissão por meio de carta, obtida pela reportagem. O agora ex-secretário era um dos principais auxiliares do ministro Abraham Weintraub.
A saída dele se dá em meio à crise após a divulgação de notas do Enem com erros. A prova é usada para selecionar estudantes para universidades de todo o país por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Na carta, Lima Junior afirma que se desliga da secretaria do MEC para abraçar um novo propósito profissional.
“Quando assumi a secretaria, estava ciente da responsabilidade que resultaria desse ato, mas nunca deixei de ousar e nunca fiz nada sozinho”, escreveu.
De acordo com ele, a secretaria participou da elaboração de projetos com a marca da gestão Jair Bolsonaro como a ID Estudantil, o diploma digital e o Novo Revalida.
Segundo Lima Junior, o órgão também foi responsável por aperfeiçoar o Fies (Financiamento Estudantil).
“Conseguimos 100% dos recursos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), implementamos cinco novas universidades federais e desenvolvemos o Future-se.”
Ele definiu o programa que busca aumentar o aporte de recursos externos às universidades como o que há de mais inovador na educação brasileira.
Embora tenha sido apresentado no ano passado, o projeto de lei do Future-se ainda precisa ser enviado ao Congresso Nacional para virar realidade. Segundo ele, essa será a sua última missão no glorioso Ministério da Educação.
Lima Junior ficou nove meses à frente da secretaria. Nesse período, segundo ele, foram muitos os desafios no dia a dia à frente dos temas de educação superior.
“Mas pude contar com o apoio do Ministro Abraham Weintraub, do secretário-executivo, Antônio Paulo Vogel de Medeiros, dos demais secretários e colaboradores do MEC e, especialmente, da Família Sesu (Secretaria da Educação Superior)”, escreve.
“Deixo as portas abertas, o que me traz grande alegria, e me despeço com a certeza do dever cumprido, sabendo que bons frutos serão colhidos das sementes que ajudei a plantar”, finaliza a carta.
Por Paulo Saldaña | Folhapress
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