Uma das mulheres que estava com o barbeiro Lucas Souza de Araújo momentos antes de ele ser morto a tiros dentro de um bar, no bairro do Imbuí, em Salvador, disse que o advogado, suspeito de efetuar os disparos, chegou a imprensar a companheira da vítima na parede do banheiro na tentativa de assediá-la.
“A gente [Ela e a cunhada] entrou e não deu bola para o que ele estava chamando. Aí a gente fez o que tinha que fazer no banheiro, quando minha cunhada estava lavando as mãos para poder sair e eu estava esperando ela, ele entrou [no banheiro] rapidamente”, disse a mulher, que preferiu não revelar a identidade.
A mulher conta que a ação do suspeito, José Geraldo Lucas Júnior, foi rápida e deixou as mulheres sem possibilidade de reação.
“Foi muito rápido que ele entrou, já passando muito próximo de mim, porque o banheiro era apertado, e ficou imprensando ela contra parede, assediando ela, como se tivesse com sede de alguma coisa”, relatou.
A mulher prestou depoimento na tarde desta terça-feira (26), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O relato dela é o mesmo dos familiares de Lucas Souza de Araújo, de 29 anos, que afirmam que o barbeiro foi morto após tentar defender a esposa de um assédio.
Na terça-feira, dia 26 de janeiro de 2021, José Geraldo Lucas Júnior teve prisão temporária decretada pela Justiça. Policiais estiveram na casa do suspeito, mas ele ainda não foi encontrado. Um amigo de José Geraldo, que estava no bar junto com ele, também teve prisão temporária decretada e está sendo procurado.
“Buscávamos principalmente essa pessoa, esse investigado que está com mandado de prisão decretado. O mesmo não foi encontrado, está em local incerto, não sabido. Além dele, a tentativa da apreensão da arma utilizada no crime, uma pistola calibre 9 mm”, explicou José Bezerra, diretor do DHPP.
O diretor acredita que o crime foi cometido com a arma que pertence ao advogado.
“O investigado possui uma arma registrada desse calibre. Então deve ter sido essa arma empregada na prática do crime”, detalhou o delegado.
Em entrevista a TV Bahia, o advogado Antônio Glorisman, que faz a defesa de José Geraldo, disse que conversou rapidamente com o suspeito e ainda não tem informações sobre a versão do cliente.
“Eu conversei com Lucas muito rapidamente. Vou conversar com ele ainda, uma conversa mais prolongada, para saber efetivamente o que aconteceu. Várias versões circulam”, disse.
“Eu não estou aqui querendo eximir ninguém de responsabilidades. Eu acho que quem erra tem que pagar pelo seu erro, mas tem que pagar nas proporções e na medida em que tudo aconteceu. Seria uma irresponsabilidade da minha parte falar alguma coisa sem antes ter uma entrevista mais detalhada e mais minuciosa com meu cliente”, concluiu.
Depois que passou a ser procurado por matar o barbeiro, o advogado apagou as fotos das redes sociais.
Assédio e morte:
Lucas Souza de Araújo estava no bar acompanhado da esposa, do irmão e da cunhada. No momento em que a companheira e a cunhada foram ao banheiro, um homem que também estava no estabelecimento assediou a esposa dele.
Acompanhando a situação, Lucas foi tirar satisfação. Geraldo então sacou a arma e disparou contra Lucas. O barbeiro foi atingido na cabeça e no peito, e morreu na hora. O tio da vítima disse que o advogado agiu o tempo inteiro para matar Lucas.
“O cara atirou para matar. Não foi para amedrontar, foi para matar. O pai dele [da vítima] me ligou desesperado, dizendo ‘mataram meu filho, mataram meu filho’. Eu fui buscar ele em casa, na Liberdade [bairro], e levei no Imbuí, mas eles não estavam mais lá”, contou.
O sepultamento aconteceu na tarde da terça-feira (26), na cidade natal da família, em Santa Inês, a cerca de 200 quilômetros de Salvador. Lucas tinha uma barbearia em São Cristóvão. Além da esposa, ele deixa dois filhos, uma menina e um menino.
Fonte: G1 Bahia
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