Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) carregados com cilindros de oxigênio chegaram a Manaus no início da madrugada desta sexta-feira, dia 15 de janeiro de 2021. Eles foram enviados de Guarulhos (SP) para ajudar na crise de saúde que assola o estado do Amazonas. Na quinta-feira (dia 14), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o governo não tinha transporte para mandar os cilindros por conta própria.
O sistema de saúde amazonense entrou em colapso após as internações por Covid-19 no estado baterem recorde. Sobrecarregados, os hospitais ficaram sem oxigênios para pacientes. Médicos transportando cilindros nos próprios carros para levar ao hospital e familiares tentando comprar o insumo foram algumas das cenas registradas pelo G1 nesta quinta. Doentes começaram a ser levados para outros estados. Cemitérios estão lotados e instalaram câmaras frigoríficas.
De acordo com informações da FAB, os dois aviões Hércules que levavam os cilindros para Manaus decolaram do Aeroporto Internacional de Guarulhos na noite de quinta-feira (14). O último voo saiu por volta das 20h30min, com 06 cilindros de oxigênio. As aeronaves pousaram na capital amazonense no início da madrugada desta sexta-feira (15).
No total, 386 cilindros de oxigênio foram transportados, com mais de 18 toneladas. Eles serão utilizados pelos hospitais no atendimento aos pacientes da Covid-19 no estado. O ministro Eduardo Pazuello, ao afirmar que o governo não tinha transporte para levar o oxigênio, afirmou estar “manobrando” para reverter o quadro.
“A ponte aérea de oxigênio está impactada porque nós não temos os cargueiros específicos da FAB pra fazer isso. Então a situação em Manaus é muito grave. Estamos manobrando pra tentar reverter o quadro”, disse o ministro.
Durante transmissão ao vivo por uma rede social ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Pazuello havia dito que há um “colapso” no sistema de saúde de Manaus. No último domingo, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), enviou um pedido de ajuda aos governadores do país por conta da “iminência de sofrer desabastecimento” de oxigênio. A partir desta sexta-feira (15), o estado iniciou toque de recolher por 10 dias. Ninguém pode sair de casa entre 19 e 06 horas. A medida é uma tentativa de conter a propagação do vírus.
A empresa White Martins, principal fornecedora de oxigênio do governo do Amazonas, também conseguiu disponibilizar cilindros para o estado. A Polícia Militar da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) realizou, na tarde da quinta-feira (14), a escolta de cilindros de oxigênio destinados a pacientes internados com Covid-19.
Os cilindros chegaram pelo Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e foram entregues à Central de Medicamentos do Amazonas (Cema), no bairro Praça 14, zona sul de Manaus, segundo nota da PM. Ao todo, foram 150 cilindros, sendo 80 destinados ao interior do estado e os outros 70 para unidades hospitalares da capital.
De acordo com a Polícia Militar, duas viaturas com oito policiais realizaram a escolta dos cilindros de oxigênio para agilizar a chegada do material, principalmente em razão do tráfego e da necessidade de dar celeridade à entrega. A empresa também informou ter identificado a disponibilidade do produto em suas operações na Venezuela e que “neste momento está atuando para viabilizar a importação do produto para a região”.
⇒Recorde de casos:
Na quinta-feira (14), o estado do Amazonas registrou 3.816 novos casos de Covid-19, sendo 2.516 somente em Manaus. Foi o maior número de novos casos registrados no estado e na capital amazonense desde o início da pandemia, em março de 2020. Com os números da quinta, o total de casos confirmados da doença chega a 223.360 em todo o estado, segundo dados do boletim divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). O número de mortes subiu para 5.930, com mais 51 mortes causadas pela doença. Do total, 44 óbitos ocorreram nas últimas 24 horas e outros sete foram registrados em dias anteriores, mas confirmados agora. Além disso, foram 254 novas hospitalizações apenas na capital.
Manaus voltou a bater o recorde de internações diárias. Foram 254 novas hospitalizações na capital, número mais alto registrado no estado desde o início da pandemia, mesmo com o colapso na rede de saúde vivido entre abril e maio de 2020. Outras quatro internações foram registradas no interior do estado, fazendo o total de casos chegar a 258 no estado.
Por G1 São Paulo
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