A Polícia Federal em São Paulo realizou nesta quarta-feira, dia 30 de setembro de 2020, uma operação para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro do PCC, facção que atua dentro e fora dos presídios do país, feito por meio de postos de gasolina e uma distribuidora de combustível. A facção movimentou ao menos R$ 30 bilhões.
Ao todo, 13 pessoas foram presas. Quatro delas em um hotel em Salvador e nove na capital paulista. Segundo a investigação, o principal alvo era a prisão de um homem conhecido como “Alemão”, cuja família é dona de cerca de 50 postos. As investigações também apontam o envolvimento dele com a morte de Rogério Jeremias de Simone, conhecido como “Gegê do Mague”, que foi um dos chefes da facção.
Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão em apartamentos de luxo e empresas. No estado de São Paulo, a operação ocorreu nas cidades de Bauru, Igaratá, Mongaguá, Guarujá e Tremembé. Também foram cumpridos mandados em Londrina e Curitiba, no Paraná; em Balneário Camboriú, em Santa Catarina e em Salvador, na Bahia.
Dentre os presos em São Paulo está Antônio Carlos Martins Vieira, conhecido como “Tonhão”. Segundo a investigação, ele foi identificado como responsável por parte das empresas usadas na lavagem de dinheiro. Entre os alvos estão os empresários do setor de combustíveis e uma pessoa que foi condenada pelo envolvimento no furto ao Banco Central do Brasil, ocorrido em Fortaleza, em 2005.
Mais de 70 empresas são investigadas e foram interditadas. Dentre elas, está uma distribuidora de combustível. A Justiça determinou bloqueio de R$ 730 milhões de contas bancárias suspeitas. Também foi determinado o bloqueio de 32 automóveis, nove motocicletas, dois helicópteros, um iate, três motos aquáticas, 58 caminhões e 42 reboques e semirreboques, com valor aproximado de R$ 32 milhões.
Crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro:
Ao todo, 20 pessoas foram indiciadas. Eles responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal pediu à Justiça que as 73 empresas usadas para lavagem sigam em funcionamento e passem a ser administradas pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas do Ministério da Justiça, medida que era inédita até aqui, de acordo com a corporação.
A rede de postos Boxter é o alvo principal da operação, que foi nomeada “Rei do Crime”. A reportagem tentou contato com a rede, mas não obteve retorno. Para não quebrar a empresa e evitar a depreciação, a PF pediu e a Justiça autorizou, que sejam nomeados administradores, que vão tocar o negócio até o fim do processo.
Dos 110 postos da rede, a PF identificou que cerca de 50 foram usados no esquema de lavagem de dinheiro. A investigação foi realizada pelo Grupo de Investigações Sensíveis, unidade de inteligência que compõe a Delegacia de Repressão a Entorpecentes.
Fotos:
Por G1 SP, TV Globo e GloboNews — São Paulo
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