Quem era João Beto? O homem assassinado por seguranças no Carrefour

Morto na noite da quinta-feira, dia 19 de novembro de 2020, após ser espancado por dois seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre/RS (RELEMBRE AQUI), João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, se sustentava fazendo bicos.

João Beto, como era conhecido pelos amigos, morava em uma comunidade na Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre, onde era bastante querido pelos vizinhos. Ele deixa uma esposa de 43 anos, a cuidadora de idosos Milena Borges Alves.


“Profissão dele era fazer qualquer tipo de bico: pintor, pedreiro… Ele vivia de bicos. Nunca fez mal para ninguém, nunca roubou ninguém. Era um cara bonachão, cara legal”, disse Flávio Chaves, amigo da vítima.

“Ele era preto, pobre e morador de favela, mas era um homem que a comunidade amava. Andava sempre tomando uma cervejinha à noite, às vezes com a ‘patroa’ dele. Era um homem respeitoso, e a comunidade gostava dele por isso. Abraçava todo mundo com alegria e entusiasmo”, prosseguiu.


Torcedor do São José, time de futebol que disputa atualmente a terceira divisão do Brasileiro, João Alberto, gostava de fazer churrasco com cerveja antes das partidas. Ele morava próximo à Arena do Grêmio.

A torcida organizada do São José, batizada de “Os Farrapos”, publicou uma nota em homenagem à vítima.


“Há relatos que os seguranças bateram a cabeça dele no chão por diversas vezes e Beto clamava por socorro e pedia para respirar”, conta.


Além disso, a vítima era tamboreiro da religião umbanda.


“Talvez por isso e por carregar seus fios de contas no pescoço tenha chamado a atenção”, conta Flávio, que era vizinho desde a infância de João Beto.


Autores do homicídio, os dois seguranças, identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, foram autuados por homicídio qualificado. Um deles é policial militar e o outro é segurança do Carrefour.

Segundo a delegada Roberta Bertoldo, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), João Alberto teria desferido um soco contra um dos seguranças antes de ser espancado até a morte. As investigações sobre o caso continuam.


“Ele pode ter tido um ataque cardíaco em função das agressões e de estar sendo pressionado, porque ele ficou no chão e duas pessoas em cima dele o contendo”, disse Roberta Bertoldo.


Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que a vítima é agredida por dois seguranças.

Assista aos vídeos:

Fotos:

Por Tácio Lorran – Metrópoles


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