A reunião no Palácio de Ondina na noite da quinta-feira, dia 24 de fevereiro, foi a cereja do bolo para sacramentar a assunção de Otto Alencar (PSD) a vaga de pré-candidato a governador na chapa da situação nas eleições baianas do mês outubro de 2022. O governador Rui Costa (PT) conseguiu o que tanto queria e forçou: será o quadro do Senado.
Contudo, o primeiro desafio de Otto é realinhar a base governista, após o cenário de terra arrasada. A indefinição do nome diante de imposições e recuos provocou uma série de incertezas quanto a competitividade do grupo que tem como missão enfrentar ACM Neto (UB).
Fontes ouvidas pelo BNews apontavam a resistência do senador pessedista ao cargo pelo fato de João Leão (PP) sentar na cadeira de governador e o cacique pepista minar a corrida. Ele, no entanto, alega ser “fake news”.
Pelo visto, os ponteiros foram ajustados e, a vaga de vice, antes cogitada para um PT raiz, como foi o caso de Moema Gramacho, fica com o PP na dividida entre os nomes de Ronaldo Carletto e Roberto Muniz, os já citados como possíveis integrantes com Jaques Wagner (PT).
A costura de Otto vai precisar passar pelo PSB, pelo PCdoB, pelas alas do PT que estão consternadas com a saída do partido da cabeça da chapa, e outro núcleos mais simpáticos as hostes petistas.
O receio desses partidos de não entrarem de cabeça na campanha é o que paira e faz rememorar quando o PT lançou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) a prefeita de Salvador na campanha de 2016. Como os próximos comunistas, em sigilo, falam:
“Alice, ali, foi abandonada a própria sorte”.
Será que a esquerda abraçaria Otto? Questionam. Um aliado governista do centro disse: “ruim com Otto, pior com Neto. Você ficaria entre o ruim ou o pior? Eu preferiria arriscar no ‘ruim’ que é aliado e dá espaço do que no pior que não vai ter aproximação política nenhuma”. Mas para isso ocorrer, vai ser necessário muito conversa.
Apesar de prosperado na política pelo carlismo, Otto foi muito fiel aos compromissos com Jaques Wagner e o PT baiano que o trouxeram de volta para política desde 2010. Goza de simpatia com Lula (PT) e, diante do seu partido no Congresso, fez oposição ferrenha ao presidente Jair Bolsonaro (PL), principalmente na CPI da Pandemia.
Vale lembrar que no fim de semana, o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, chegou a dizer que seria um castigo Otto ser lançado candidato a governador, pois ele é o nome para a reeleição do Senado. O próprio Otto chegou a dizer que seria uma improvisação uma candidatura sua.
O anúncio oficial deve ocorrer após o Carnaval. Até lá, nenhum cacique do teodolito deve se atrever a cravar os nomes do páreo.
Por Victor Pinto – Bocão News
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