Suspeito de matar estudante de serviço social a tiros na Bahia tem prisão preventiva decretada.

Foto: Reprodução/TV Bahia

O homem suspeito de matar a estudante de serviço social, de 25 anos, na quarta-feira, dia 27 de novembro de 2019, na cidade de Cachoeira, recôncavo da Bahia, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na quinta-feira (dia 28). A informação foi divulgada pelo delegado João Mateus, que investiga o caso.

Segundo informações do delegado, com mandado de prisão, Alexandre Passos Silva Góes, ex-namorado de Elitânia de Souza da Hora é considerado foragido.


“Todas as medidas já tinham sido tomadas pela polícia e também pela Justiça, o que não havia eram indícios suficientes para que a Justiça decretasse a prisão dele, diante das informações que a gente obtinha até o momento. As investigações estão no sentido de localizar o autor para que ele possa responder pelo crime”, disse o delegado.


Elitânia foi assassinada na noite da quarta-feira (dia 27), quando saía da universidade. A jovem tinha uma medida protetiva que impedia a aproximação do suspeito. Conforme a advogada da família da vítima, o ex-namorado dela é filho de um juiz baiano. Não há detalhes da cidade onde ele atua.

O velório de Elitânia ocorreu nesta quinta na casa da mãe dela, localizada na Guaíba, zona rural de Cachoeira. Já o sepultamento contou com a presença de dezenas de amigos e familiares, por volta das 17 horas, no cemitério localizado no bairro Morumbi, em Cachoeira.

Sob forte emoção, os familiares da vítima levaram cartazes e fizeram protesto durante o sepultamento.


“Vão precisar quantas Elitânias morrerem para que o estado venha tomar as devidas providências?”, disse Catharina Fernandes, aluna da UFRB.


Uma amiga que estava com a vítima no momento dos disparos contou que elas notaram a aproximação de alguém em uma moto e Elitânia pensou que seria assaltada, mas, de repente, o homem que estava na motocicleta atirou. A colega de Elitânia não teve ferimentos.

Após o crime, a UFRB decretou luto de três dias e suspendeu as aulas desta quinta-feira no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL). Nesta manhã, a fachada do CAHL, onde Elitânia de Souza cursava serviço social, estava com cartazes e uma grande faixa com a palavra “Luto”.

A ação fez parte do protesto dos alunos e estudantes que fizeram uma caminhada do prédio onde a jovem estudava até o fórum da cidade de Cachoeira.

Elitânia era do quilombo Tabuleiro da Vitória, na zona rural de Cachoeira. Maria das Graças Brito, uma das lideranças do quilombo, relatou as agressões que a vítima sofreu do ex-companheiro. Segundo Maria, educação quilombola era o tema de conclusão de curso da estudante.

Por meio de nota, a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA) informou que acompanha as investigações do assassinato da estudante Elitânia de Souza e se solidariza com parentes e amigos.


“A secretaria, assim como amigos e familiares, destacou que a jovem era uma liderança da comunidade quilombola do Tabuleiro da Vitória. A coordenação de Enfrentamento à Violência da SPM-BA está em contato com o delegado titular de Cachoeira, João Mateus, com a representação local do Ministério Público, além do secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial, Edvaldo Conceição, a fim de acompanhar as investigações e contribuir, no que for necessário, para a elucidação do caso e punição do agressor.”


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Fonte: G1 Bahia

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