Venezuela nega responsabilidade por petróleo na costa brasileira

O ministro do Meio Ambiente diz que Brasil realizou análise laboratorial na substância | FOTO: Adema/Governo de Sergipe |

A empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) informou nesta quinta, dia 10 de outubro de 2019 que, até o momento, nenhum de seus clientes ou subsidiárias relatou a ocorrência de vazamento de petróleo de origem venezuelana próximo à costa brasileira. Em nota divulgada nesta manhã, a petrolífera afirma não haver evidências de derramamentos de óleo nos campos de petróleo da Venezuela que possam ter atingido a região Nordeste, causando danos ao ecossistema marinho brasileiro.


Reiteramos que não recebemos nenhum relatório no qual nossos clientes e/ou subsidiárias relatam uma possível avaria ou vazamento nas proximidades da costa brasileira, cuja distância com nossas instalações de petróleo é de aproximadamente 6.650 km, via marítima”, sustenta a PDVSA.


Também nesta quinta (10), o ministro do Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo, descartou a hipótese de que a PDVSA ou o Estado venezuelano tenham qualquer responsabilidade pelo petróleo que atinge a costa brasileira.

Em Brasília, durante reunião ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) realizada hoje, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, reafirmou que as autoridades brasileiras ainda desconhecem a origem do óleo, embora, segundo ele, o resultado das análises técnicas realizadas pela Petrobras apontem a “compatibilidade” entre o resíduo recolhido no litoral nordestino e o óleo venezuelano.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participa da reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) – FOTO Marcelo Camargo/EBC |

“A Marinha identificou todos os barcos que trafegaram pela costa brasileira e está investigando para saber qual é o possível barco que pode ter derramado o óleo no mar”, comentou o ministro, mencionando uma das três principais hipóteses para explicar a origem da substância: um vazamento acidental em alguma embarcação ainda não identificada; um derramamento criminoso do material por motivos desconhecidos ou a eventual limpeza do porão de um navio.

“O que sabemos é que o óleo não é brasileiro. E que a comparação das amostras é compatível com um derramamento de óleo venezuelano que houve no passado. Ou seja, tudo indica que é óleo venezuelano. Como este óleo chegou a nossa costa é a grande investigação”, disse Salles, referindo-se as apurações a cargo da Polícia Federal (PF), da Marinha e de órgãos ambientais.


Em nota enviada à Agência Brasil, o Ministério do Meio Ambiente esclarece que a indicação de origem venezuelana do petróleo se baseia em análise laboratorial. O ministério, no entanto, esclarece que nenhuma autoridade ou funcionário público afirmou que o caso seja de responsabilidade do Estado venezuelano ou da PDVSA.


“A hipótese aventada é que pode ter sido derramado a partir de navios que trafegaram ao longo da costa brasileira, e não necessariamente de campos do governo ditatorial venezuelano”, informa a pasta.


Fonte: Agência Brasil.

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